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sexta-feira, 12 de junho de 2015

CONTO Nº4 - PRIMOGÊNITO


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Na cadeira, sentado ele esperava, esperava um sinal, um sinal que mostrasse que tudo tinha sido um sonho, um sonho que ele queria muito que acontecesse, mas aconteceu mesmo.

Cada segundo, ele pensava, guardaria na sua mente, de uma forma que ninguém pudesse tirar, a não ser o desgaste de sua mente pela velhice, mas mesmo assim ele faria de tudo para na esquecer da alegria daquele momento.

Ele sabia, não era ele lá, mas sabia que a emoção era de parte dele. Ver aquilo levava ao ápice que qualquer sentimento já vivido, sabia que sua vida receberia um novo sentido.

Sabia e consentia seu novo papel, faltavam-lhe forças para levantar, para ver de perto, mas no mais fundo do ser ele se preparou e foi, a cada momento seu coração batia mais rápido, ele não tinha noção do que sentia, era mais forte que o primeiro beijo, mais lindo que seu casamento, mais emocionante que a noticia, mais abrangente que a espera, era chegada a hora, a hora que tudo vira, que o mundo virá a ser mais diferente, não tinha palavras, ele estava feliz, e passava isso para quem amava, amava tanto que o amor que sentia estava sendo devolvido de uma forma tão sublime que ele perdia o chão.

Envolvia a mão de sua amada, sabia que a dor era menor que a alegria compartilhada por ambos, e que naquele momento, via no último suspiro daquele fato o primeiro daquele feto, que não era mais feito, nem mais feto, nem mais outra coisa ao não ser seu filho, nasceu Gabriel Fernandes Alves, seu primogênito.

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